Última paragem

Olhamos para a janela e vemos um sol que nos motiva a respirar ar puro e aproveitar o nosso clima fantástico. Quem tem alergias não irá concordar comigo, mas os jogadores dos Cleveland Cavaliers certamente irão concordar. Não pretendo analisar os números agora da final até agora, como se fosse um técnico oficial de contas.

Já havia referido anteriormente, estes são os momentos que nos prendem a cada ano ás finais da NBA. No dia seguinte os debates chegam ao rubro, a níveis fora deste planeta e argumentos irracionais e cheios de emoção são partilhados por todos. Os detalhes intangíveis, são aqueles que me prendem ao jogo e aí neste momento os Cavaliers tem uma ligeira vantagem. Em dois jogos decidiram assumir uma vertente de “hero ball” com resultados claros e inequívocos. Lebron James marcou 82 pontos em dois jogos, marcou também uma posição após ter sido questionado no jogo 4. Kyrie Irving acompanhou o líder da equipa no ataque aos Warriors, no registo que mais o convém ataque sem qualquer responsabilidade.

Lebron James ao sentir se posto em causa, viu o seu legado atacado, então assumiu o controlo do seu destino. Vimos uma determinação, e uma recusa a ser derrotado sem mostrar o seu real valor. Claro que não entro em glorificações exageradas, não há motivos para seguir esse caminho, os fãs de Lebron James certamente não vão deixar de o fazer. A confiança de quem sente que o momento de ganhar é este, está espelhado nas acções dos Cavs dentro e fora do campo. No entanto esta recuperação dá uma certa noção de que pior já passou, e que a vitória já está garantida. 

O estado depressivo que parecia ter lugar cativo no balneário dos Cavs até ao jogo 5, saiu e o “yes we can” tomou o seu lugar. Estas duas vitórias deixaram outro detalhe claro, Kevin Love é um corpo estranho na equipa. Esteve distante do brilho dos outros integrantes dos chamado big 3, afinal não é determinante como alguns pensavam. 

Falando agora sobre os actuais campeões, eles deixaram de ter o poder de controlar o momento de decisão, o jogo 7 irá colocar na balança mais do que o título deste ano. Para serem felizes no final do jogo de domingo, têm que fugir a tentação de ser vitimas dos seus problemas actuais e tornarem se actores da sua história. A equipa parece atordoada, confunde me a falta de intensidade de quem pretende que esta temporada termine em glória. Nos últimos dois jogos foram completamente dominados e subjugados, essa imagem não consentânea com uma equipa que quer manter o trono da NBA. As pedras que surgiram no caminho, como o castigo a Draymond Green ou a lesão de Bogut, tem que ser recolhidas do chão e com elas seguir o caminho mais desejado.

Agora a pressão viajou para Oakland, e chegou antes do avião dos Warriors já recebeu a equipa de braços abertos. Estranhamente a equipa afastou se do trilho do sucesso que os conduziu a esta final. Caminho esse ladrilhado pelo jogo colectivo, todos a deixarem a sua contribuição de alguma forma quer na defesa ou no ataque. Claro que a luz da ribalta brilhou de forma mais intensa para Steph Curry e Klay Thompson. Outros foram o suporte para que a dupla de atiradores fizesse história, Draymond Green é o jogador mais determinante da equipa, Andrew Bogut um protector do cesto. A versatilidade de André Igoudala e Harrison Barnes é um trunfo, mas este último desapareceu nos últimos dois jogos e ao contrário de D. Sebastião vai ter de regressar e contribuir na batalha. 

Quem não gostaria de estar agora mesmo no lugar destes grandes jogadores? A maioria certamente sim. Mais de 20.000 mil pessoas no pavilhão, pressão ao mais alto nível. Um jogo que ecoará na eternidade da NBA. Respirem fundo, preparem um bom banquete, contem as horas que vão dormir depois do jogo. Quem irá entrar no Olimpo da NBA? 

Fadeaway8 out!

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