Para nós…

A nossa visão do mundo, aquele modelo em que baseamos a nossa forma de viver, como debater, analisar e até criticar. Essa visão foi moldada durante grande parte das nossas vidas, pelas pessoas que nos indicaram o caminho, família, amigos, escola, e treinadores. Esses momentos estão gravados na nossa memória, positiva ou negativamente. São peças fundamentais do nosso passado, e de uma forma ou de outra vão estar presentes no nosso futuro.

Todos tivemos treinadores na nossa formação, nos marcaram para lá das linhas que definem o campo. Eles motivaram-nos, que fizeram nos viver o jogo de outra forma, que até hoje olhamos para eles com olhar de absoluta admiração e respeito. No meu caso são dois, o Prof Jorge Fernandes meu treinador nas camadas jovens do Sport Lisboa e Benfica. Ele será sempre um exemplo, a admiração, respeito e carinho que sinto por ele, não têm prazo de validade e o tempo jamais irá alterar em nada o que sinto. O mesmo poderei dizer do Prof Jorge Adelino, um senador do nosso basquetebol que admiro profundamente. A influência dos dois vai para lá, de ensinar a jogar este nosso adorado jogo. Inconscientemente por vezes tomamos por garantido a presença destas pessoas nas nossas vidas. Eles assim como os nossos pais, moldaram a forma como encaramos o presente. Treinadores que estiveram lá em inúmeros fins de semana na formação. Foram responsáveis por nós em torneios longe de casa, festejamos vitórias e sentimos a seu lado o mau sabor da derrota.

Escrevo-vos estas palavras hoje, para dedica las a um membro da nossa família do basquetebol que partiu esta semana, o treinador Abílio Lopes. Ele influenciou a vida de jovens no Algés, no Benfica, Física de Torres Vedras e nas camadas jovens das selecções nacionais. Não acredito que a validação de um treinador de formação dependa de vitórias, mas sim de como ensina o jogo e da sua influência nos jovens que formou. Não fui treinado pelo Prof Abílio Lopes, mas as palavras sentidas de amigos que sentem a sua partida como a de um familiar próximo, são um legado que o tempo não irá apagar. A nossa formação perdeu ao longo dos anos estas figuras de referência, e sentimos agora o resultado. Todos os que com ele privaram no mundo do basquetebol, batem palmas de pé ao seu trabalho como treinador e Homem, e agradecem a sua influência. Como amante profundo do nosso jogo, também vou bater palmas e de pé. Devemos faze-lo a estes pilares da nossa formação, sem ser apenas no momento em que partem.

O descanso dos que partiram, não sossega a dor dos que ficam, mas a sua memória irá perdurar. Através da sua família e também por todos os que com conviveram com ele.

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Novos níveis

Entrando na fase interessante da época na NBA, as poucas (ou inexistentes) dúvidas desapareceram por completo. Na conferência de Este, os homens comandados por Lebron James, destruíram o pouco que existia dos Indiana Pacers. Já dominaram uns Toronto Raptors sem argumentos, e certamente na final de conferência será igual. Não vislumbro uma resistência digna de registo, vinda de Boston ou de Washington. Será apenas um caso de domínio avassalador, dos Cavs ou falta de competitividade na conferência Este?

Lebron James caminha para a sua sétima final consecutiva, 2011 a 2014(Miami Heat), 2015, 1016 e 2017(?) Cleveland Cavaliers, apenas os Celtics de Bill Russel sabem o que isso é. Trata-se de um feito impressionante, e  não é por culpa sua que o Este vive mergulhado em uma aparente sensação de equilíbrio competitivo. Não é culpa de Lebron James, que as outras equipas cometam erros graves na gestão dos “Rosters” assim como trocas de jogadores, ou até escolhas no draft. Naturalmente não é por culpa sua, que todos os anos as equipas contratam um jogador que irá defender Lebron nos playoffs, e todos os anos vemos que isso não resulta. Vemos os Celtics, Toronto, Wizzards, a construir uma equipa apenas para enfrentar um jogador,  e isso é contraproducente. Não podemos retirar mérito a Lebron James, esta época esta a jogar a um nível alto. O peso de dar um título a sua equipa de sempre, Cleveland Cavaliers, já não esta nas suas costas. A pressão de vencer já não é a mesma, Lebron esta mais solto e confortável dentro das suas capacidades. Há uns dias atrás após o jogo 3 contra os Raptors, Lebron disse que nada mais tem a provar na NBA.

Tenho que discordar, um competidor que persegue os grandes da história do jogo, tem tudo a provar até ao dia em que sai da competição. Neste momento todos parecem ser engolidos pelo furação que é Lebron James, e pelas comparações que aparecem todos os dias e quase sempre sem sentido. Apenas na final e (muito) provavelmente contra os Warriors, Lebron James irá encontrar verdadeira resistência. As finais de conferência vão ser interessantes, mas na realidade pouco mais espero ver que os Cavs ou Warriors perderem 1 jogo até a final. No Oeste o cenário é diferente sem dúvida, mas não esperava um domínio tão claro dos Golden State Warriors. Ainda não foram testados, nem por Portland(4-0), e não me parece que os jovens Utah Jazz o venham a fazer. 

Fui adolescente nos anos 90, a década dourada da NBA em termos competitivos. Não vimos três finais consecutivas entre as mesmas equipas. Vejo algumas equipas a prestarem vassalagem quer aos Cavs, quer aos Warriors. Estamos perante uma nova realidade, a questão competitiva não é o factor mais importante. 

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