A história permite que olhemos para os campeões do passado, com imensa admiração e respeito. Sabemos que cada uma dessas grandes equipas, teve que superar batalhas intensas, algumas dessas que até hoje vivem nas nossas memórias. Os recém coroados Reis do Olimpo da NBA, Golden State Warriors, fecharam a ferida aberta após a derrota na final de 2016. Criaram uma outra realidade na liga com ao acrescentar uma poderosa arma ofensiva, Kevin Durant vindo de Oklahoma. Os Warriors juntaram quatro jogadores “All Stars” na mesma equipa, para poderem dominar por completo a época regular e playoff.
A actual realidade da NBA, é de a de mudanças constantes, e de um avassalador poder financeiro. A velha noção de lealdade para com uma determinada equipa, é estranha para os actuais jogadores. Kevin Durant aproveitou este novo cenário, e deixou Oklahoma depois de estar minutos da final da NBA no jogo 7 contra os Warriors. Quis expandir o seu horizonte para lá das planícies de Oklahoma. Acreditou no seu talento, e na sua visão para o futuro imediato, e procurou algo melhor. Nada contra a sua decisão de se juntar a equipa, que o derrotou um mês e meio antes. Não deixa de ser no entanto um cenário, pouco inspirador em termos competitivos. Kevin Durant quis vencer um anel, e isso não seria possível ao lado de Russel Westbrook, até ai concordo. Alguns dizem que ele escolheu o caminho mais fácil para o título, entrou para uma máquina oleada e a caminho de uma dinastia. Será que KD precisa de validação de terceiros, para que o título seja reconhecido? Não creio, e daqui a uns anos ele irá passear se com o anel deste ano e provavelmente com mais alguns nos dedos.
Em nenhum momento sentimos qualquer dúvida sobre quem iria vencer a final. Para os fãs de conveniência dos Cavs, o jogo 4 parecia despertar os fantasmas do ano passado, mas rapidamente despertaram para a triste realidade no jogo 5. Neste momento como as duas equipas estão construídas, os Cavs não têm como derrotar os Warriors numa final. Em termos tácticos, em termos colectivos e acima de tudo nos confrontos directos. Lebron James é insuperável sem dúvida, mas pouco pode fazer contra equipa como os actuais Warriors. Esta derrota obrigará a uma reconstrução da equipa, quer em termos de jogadores mas acima de tudo em termos estratégicos. O treinador dos Cavs Tyrone Lue, foi dominado por Steve Kerr e Mike Brown, não fez ajustes tácticos após derrotas. A equipa pareceu perdida, e sem ideias sobre como enfrentar os Warriors. O problema maior é o tempo, os Warriors são mais jovens e com um núcleo duro que ira estar no topo nos próximos 3 ou 4 anos. Lebron James não tem o luxo do tempo do seu lado, para conseguir mais títulos terá que procurar algo diferente e não creio que seja em Cleveland. O seu contrato acaba em 2018, acredito que procure outro destino para terminar a sua carreira.
Os campeões forma de tal forma dominadores, que tomamos como “normal” e até pouco conseguida a prestação de Steph Curry. Essa não é a verdade, a sua média em cinco jogos na final, ter lhe ia valido o MVP caso Durant não tivesse explodido da forma que fez. Curry terminou a final com 26 pontos de média, 8 ressaltos, 9.4 assistências, são números de quem não esteve bem? Não creio. Exorcizou os fantasmas da final da época passada, foi crucial para a vitória. Não podemos ficar presos no momento, e pensar que foi apenas KD que esteve a alto nível. Klay Thompson e André Igoudala, também foram determinantes e ai vemos que os Warriors têm um grupo mais forte e capaz. Sinceramente acredito que na próxima época estarei a escrever sobre o seu título de 2018.
Fadeaway8 out!