Conheçam a Maria

Um homem olha para a sua esposa, e vê a coragem e determinação a encobrirem o fadiga do fim do dia. Estóica e majestosa, Rainha sem coroa, ela não demosntra, que a chama da esperança está diminuta no seu coração. Ele sente o peso da realidade que partilham, e juntos decidem procurar um futuro melhor. O presente do seu país, não inspira acreditar que o trilho da busca da felicidade que começaram juntos, terá o desfecho que desejam. 

Chegam a um país onde não dominam a língua, rapidamente são rotulados como cidadãos de 2a classe. Juntos acreditam que a felicidade é possível porque sempre poderiam contar com o incondicional apoio um do outro. Empregos precários, e condições de trabalho, desdém constante dos empregadores são os desafios diários. Ela limpa as casas de famílias, e nem sempre o respeito pela sua dignidade estão presentes. Ainda assim sonha com o dia em que irá segura a semente do amor que partilha com o seu companheiro.

Ele enfrenta o dia a dia, em um país que o vê como um mal necessário. Ele ajuda a construir edíficios, que representam um crescimento económico de uma sociedade que não o vê como alguém que contribui. O tempo passa, a saudade do seu país aumenta a cada dia. Recebe a notícia que há muito desejava, a semente do amor está plantada, dentro de uns meses as noites seriam mais longas e agitadas. A chama da esperança estava viva, e o casal tem agora ainda mais motivos para continuar no trilho iniciado. Maria é o nome escolhido para a prova viva do amor partilhado. Ela cresce a olhos vistos, para orgulho dos pais. Deixa de gatinhar, começa com passos titubiantes, depois já consegue correr. 

Os pais melhoram as suas condições de vida, tudo para que ela não tenha de lutar por tudo como eles o fizeram. Ela fala a mesma língua que todas as crianças da escola, mas em casa os país falam o idioma do seu país natal. Maria por vezes sente-se á parte dos amigos, a realidade em que vive não é a mesma de alguns deles. No entanto, ela sente um enorme orgulho dos seus pais. Mesmo quando ouve, que por serem emigrantes, não podem ser tratados de forma igual. Maria acredita num futuro melhor, no país onde nasceu mas já entende nunca será vista de forma igual pelos seus colegas.

Maria é corajosa e não desiste dos seus sonhos, mesmo que estes sejam vistos como menores, por quem não a considera merecedora de uma vida melhor. Essa coragem herdou dos pais, que sempre lhe ensinaram que a dignidade, esperança, afecto, e desejo num futuro melhor, não têm nacionalidade. Ensinaram também que jamais poderia permitir que outros fizessem com que sentisse inferior. 

Maria não é uma menina negra, que nasceu em Portugal em um qualquer conselho periférico de Lisboa. Provavelmente seria esse o cenário que já antecipavam. Ela nasceu em França, filha de pais portugueses, uma história como tantas que já ouvimos. Poderia fazer parte dos quase 3 milhões de portugueses e seus descendentes em França. 

Que sentido de igualdade ou justiça, move aqueles que destilam o seu ódio e desdém por emigrantes? A esperança em mudar um presente sombrio, para um amanhã brilhante, é sentimento sem tonalidade de pele, ou credo religioso, ou preferência sexual…

Fadeaway8 out! 

 

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